sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sonhar

Sonhar – Izabella Carozzo

É ridiculamente estranho estar fazendo um replay do meu melhor texto. Na verdade, muitas coisas são estranhas. Um exemplo disso é o Sonhar.


Há três meses, como sabemos, eu tive uma seqüência de sonhos que originaram esse texto. Esses sonhos tratavam de uma coisa simples: Minha vida. Mas não minha vida de uma forma comum, mas minha vida em seu estado perfeito. Explicando, eu diria que o sonho mostrou minha vida perfeita. Como ela seria se fosse perfeita.


Mas aí, para vocês, pode vir a seguinte pergunta: Se é estranho escrever de novo, então por que está escrevendo?


A razão é muito simples, meus caros, eu não me sentiria bem sabendo que o meu melhor texto conta uma ilusão. Uma coisa que eu sonhei, uma coisa que eu desejei, nada mais do que isso. Quem me conhece, sabe que eu não escrevo textos sobre fantasia. Por mais fantasioso que o texto seja [quase nunca é], ele tem um embasamento ou fundamento em algo que aconteceu comigo ou que eu penso ou sinto.


O 1º Sonhar, o “original”, tratava da minha vida perfeita com uma pessoa que jamais poderia incorporar o papel da garota perfeita. Por que jamais? Porque ela não é a pessoa que eu sonhei que fosse. Eu “amei” uma mentira. Eu sonhei com uma mentira. Foi tudo uma ilusão.


Agora, pessoal, está na hora de contar a verdadeira vida perfeita. Agora, não mais como uma ilusão, mas como algo que sim pode acontecer. Não por não ter mais coisas que fisicamente, seriam impossíveis no nosso mundo contemporâneo, mas por tudo se encaixar. Pode vir a pergunta: Como assim, se encaixar? Muito simples: Eu, finalmente (mas mesmo assim muito mais cedo do que a maioria) encontrei a garota descrita no sonho. Mas não a descrição física, mas a descrição psicológica da mesma. Eu encontrei a garota perfeita, não em aspectos comuns, porque nenhum ser humano o é...Mas encontrei a garota perfeita para mim. Seu nome é Izabella Carozzo.


Ela é o motivo do Sonhar passar a ser válido. Porque ela é a garota que eu pensei que a antiga “personagem” da história era. Porque ela se encaixa direitinho com a garota que eu sonhei para a minha vida perfeita, porque ela é a garota que eu sonhei para uma vida perfeita. E assim começa...



E começa com...

Eu decidi escrever novamente o texto por mais um motivo, além do já citado: Obviamente, a minha vida perfeita mudou.


Nesse texto aqui, acho que a narrativa tenderá a ser diferente da anterior, por uma razão simples: No texto anterior eu escrevi baseado em 4 sonhos que eu tive. Mas depois que eu conheci a Bella e, especialmente depois que comecei a namorá-la, os sonhos se tornaram freqüentes.


Agora, como começou minha vida? De uma forma bem simples e curiosa. Nós dois estávamos na ETE, era de dia, mas estava vazio. Logo supus que estávamos em uma terça feira ou uma quinta feira, dias em que eu fico mais tarde esperando com ela até o curso de inglês. Suposição esta que, com o tempo, se provou correta. Estávamos em frente ao bloco 5, sentados em um banco qualquer. No sonho, eu perguntei para a Bells qual era seu “veredicto”, e ela me deu uma resposta muito simples: “Eu resolvi dar uma chance para nós dois”.


Agora o que é mais curioso neste começo? Porque aconteceu exatamente a mesma coisa na vida real. Não 100%, mas 98% pelo menos. E por quê? Porque eu sempre fui meio supersticioso na minha vida e, de certa forma, levei a sério o Sonhar, quando ele tinha uma real chance de acontecer. Eu procurei ao máximo seguir o que eu me lembrava e consegui. Agora, a única “não-semelhança” é quando comparamos as palavras ditas pela Bell. Na vida real, ela já tinha conhecimento deste sonho e me deu o veredicto dizendo: “É o mesmo do seu sonho”. Na vida real, tudo foi repetido. As poses, as roupas, as caretas...Inclusive a falta do primeiro beijo na primeira cena. Porque nas duas estávamos tensos, na real e no sonho. Mesmo clima de...Vergonha, talvez.


Mas isso não impediu de começarmos a nossa vida ali. Agora, voltando a falar dos sonhos...Eu vou deixar de abranger simplesmente o 1º sonho e vou passar a abranger a nossa história como um todo, novamente por uma razão simples: Não adianta contar a história incompleta, falando somente em vislumbres quando, na verdade, eu já tenho uma noção mais do que básica do que aconteceu. Fruto de muitos sonhos posteriores. Muitos sonhos depois inclusive do começo.


O que pega nisso tudo é que, desde que começamos a namorar, eu tenho tido várias sensações de Déjà Vú. Como se já tivesse visto aquilo antes, como se já tivesse vivido aquilo antes. Ai eu me lembro: Eu já vivi, mesmo que em sonho.


Voltando a história “principal”, o que aconteceu depois do nosso começo? Passamos a conviver mais e mais dia-a-dia, não saíamos do lado um do outro de jeito nenhum. Fomos para o curso técnico juntos, para fazer química, uma segunda paixão minha, talvez, que tenha sido esquecida quando eu descobri não só como meu professor de química era chato, mas quando eu descobri a minha paixão por escrever. Por isso, talvez, eu tenha optado por jornalismo como sonho. Ainda o é, mas de uma forma muito menos presente do que antigamente, porque sei lá, estar junto com a Bella me inspira a fazer as coisas. O resultado talvez seria mais proveitoso estando junto com ela, do que simplesmente investindo num talento que eu nem sei se tenho. E, no sonho, foi.


Ambos nos formamos na ETE, tanto no Ensino Médio, quanto no Ensino Técnico e ficamos juntos pelo tempo inteiro. Parecíamos unha e carne. Típica história de casal de namorados, não conseguem ficar longe um do outro. Mas um aspecto crucial nisso tudo que eu faço questão de frisar é o seguinte: Por mais que tenhamos sido limitados por parte desse período, ao contrário das relações normais de adolescentes, que não duram nada...A nossa durou, e a parte mais importante disso foi que ela não se desgastou em nenhum momento. Pelo contrário, ela se fortaleceu. Porque, a partir do momento em que a confiança e o amor vão crescendo, novos limites são estabelecidos ou deixam de haver limites para certas coisas. Tudo passa a ser aberto e passa ser uma relação 100% segura, onde não existem segredos. Não que na nossa hoje exista, mas nem sempre sentimos necessidade de compartilhar TUDO um com o outro. Por N razões.


Agora, depois da nossa formatura, fomos para a faculdade e para os nossos primeiros empregos. A partir dali começava a vida adulta. Nossa vida independente. Não sei exatamente o quanto, mas no chutômetro eu diria que demoramos + uns 5 anos para sair da casa dos nossos pais para vivermos juntos. Talvez mais, digo 5 porque é isso que a nossa aparência indicava. Depois de juntos, demoramos mais um tempo para nos casarmos. Tempo suficiente para ambos estarmos formados e com um emprego suficientemente bom para nos garantir uma vida confortável. Mas ai, pouco tempo depois, uns 2 anos depois, veio nossa filha e, + 2 anos depois, veio nosso filho. Essa é uma das mudanças mais significativas entre o “original” e este. Ao invés de 1 filha só, tivemos um casal. Os nomes: Rafael e Manuella.


Uma coisa que eu fiz, logo após ter o 1º sonho, foi perguntar para a Bells que nomes ela colocaria em filhos. A partir do momento que eu tive o 1º, era questão de tempo para ter os outros e então eu decidi perguntar, para garantir o máximo de fidelidade com a realidade.


A partir daí, nossa vida ficou muito corrida, com 2 filhos pequenos para cuidar e isso causou um pouco de estresse. Eu arrisco a dizer que essa foi uma época difícil para nós, mas no final, acabou sendo uma das mais recompensadoras. Qualquer pessoa que visse o que eu vi, poderia arriscar isso. Justamente por ver o orgulho estampado no rosto de um pai e de uma mãe. Eu só posso imaginar, mas você que está lendo imagine comigo: A partir do momento que você cria dois filhos, passa por dificuldades para fazer isso de uma forma correta, mas não dificuldades financeiras, eu digo, mas dificuldades por falta de tempo, trabalho estressante e todas as responsabilidades de uma casa para cuidar...Quando você vê o resultado de todo esse trabalho bem sucedido, deve dar um prazer ainda maior, a recompensa. A recompensa mais simples, mas mais especial que um casal de pais pode ganhar: Orgulho. E isso, meus caros, é algo que eu vi estampado no meu próprio rosto e no rosto da Bells nos meus sonhos. Orgulho de uma criação bem sucedida de dois filhos, ainda mais não sendo uma criação de baixa dificuldade.


Nessa “versão” [não consigo achar um adjetivo cabível para dar. Poderia chamar de versão definitiva, mas soa muito clichê] do Sonhar eu, como já disse, não virei um jornalista e sim, um químico. Não sei se engenheiro químico ou só químico. Ainda existem lacunas que os sonhos não me mostraram. Por não ter virado jornalista, eu não tinha mais necessidade de escrever crônicas ou colunas para algum lugar. Partindo desse pressuposto, não haveria cena no parque e um texto escrito por mim motivando alguma frase determinante. De fato não houve.


Mas aconteceram várias coisas que motivaram coisas mais incisivas, agudas ou...Simplesmente especiais. Coisas que ficam na nossa memória.


O Parque, o Lugar Especial


Como todos os que me conhecem sabem, existe um lugar no mundo, mais precisamente em Munique, na Alemanha, que me desperta um certo interesse. Primeiramente por ser um sonho conhecê-lo e, a partir do momento em que ele aparece no Sonhar como um lugar determinante, um lugar especial...Passou a ser meio que “obrigação” na minha vida conhecer. Por ter um valor significativo na história.

Esse lugar chama-se “Olympia Park”.



Um lugar simples, talvez, mas de caráter fundamental na minha história. Justamente por ser um sonho conhecê-lo e o final da MINHA história se dirigir exclusivamente para lá.


A Promessa Cumprida


Agora, uma parte um tanto quanto emocionante e especial do texto. A nossa promessa, a minha promessa com meus amigos de vivermos até a velhice juntos como amigos. Todos nós. Embora várias coisas tenham mudado, nada disso mudou.


Exceto uma coisa.


No final de tudo, eu vou colar o trecho do outro texto sobre essa parte, mas antes me permitam fazer algumas mudanças. Na parte da promessa cumprida, não nos mostra simplesmente no final das nossas vidas, juntos. Mas sim a nossa vida por inteiro junto. Foi-me mostrado todos os lances especiais da nossa vida. Quando a Bella conheceu todos, quando tocamos juntos. Quando fizemos o show do MEU casamento. Quando eu toquei a minha primeira música na guitarra junto com eles [Home, Daughtry =X], quando todos eles me acompanharam ao ver a Bella dançar. Fizemos uma música para ela e ela fez uma coreografia para apresentarmos na escola de balé onde ela fez aula. Não mostrou simplesmente nós, no final. Mas sim toda uma amizade.


Agora, a cola do trecho do outro texto:


“O vislumbre foi a mesma cena, sem nossos filhos e com nossas esposas abraçadas conosco, olhando o lago. Já estávamos mais velhos, bem mais velhos. Mas ainda estávamos ali, juntos. Como conhecer aquele lugar era um sonho em comum, tornou-se o nosso lugar especial, o lugar onde nossa amizade tornou-se eterna. Eu não vi ninguém morrer, todos ficaram ali juntos. O tempo passou, mas ninguém morreu. Cumprimos a promessa de chegar à idade avançada juntos, ainda amigos. E provavelmente mesmo depois da nossa morte nossa amizade continuou, mas com as marcas que deixamos na Terra: Nossos filhos. Ela se tornou eterna. A promessa mútua foi cumprida.”


Agora, o que é mais determinante nessa promessa ou o que é fundamental nesse sonho...É que ele deixou de ser 100% possível. Recentemente, um dos nossos amigos foi sentenciado a morte por doença. Por falta de 1, 2. Os mais especiais para mim, Allison e Lívia. Nenhum dos dois, por maior que seja o milagre, poderá estar conosco no final. O Sonhar não vai ser 100% cumprido. Mas isso chega a ser um empecilho? Não.

Por mais que eu queira eles comigo, por mais que seja especial o Sonhar ser cumprido e minha vida seja perfeita...Nada é 100% perfeito. Nunca. Por mais que tentemos tornar, alguma coisa sempre dá errada. Mas, de qualquer forma, uma coisa é fato: Os dois deram a sua contribuição, contribuição essa que é a mais importante de tudo. Eles tornaram o sonho possível. Eles contribuíram para que isso acontecesse e se tornasse real para nós. Eles nos levaram em direção ao caminho certo. E, mesmo depois de sua partida, ambos continuarão nos guiando e nos protegendo do mal.


Para sempre nossos anjos. =). A vida não será 100% perfeita sem eles, mas eles lutaram para que ela seja a melhor possível. E conseguiram. A promessa não será cumprida, isso é verdade, mas ela se torna irrelevante a partir do momento em que não necessitamos dela para continuarmos amigos sempre. Continuamos unidos, mas não por ela. Mas sim por nosso amor mútuo.


Minha vida, meu Sol, meu amor.

Eis um novo “capítulo”, que precede o Para Sempre. Mais uma diferença significativa entre um e outro. Porque meus sonhos passaram a não só mostrar meu envelhecimento. Talvez pelo fato do original ter sido uma mentira, ele foi desprovido de conteúdo, mas dessa vez não.


Dessa vez, foi mostrado a minha vida inteira. Não 100%, mas em uma quantidade muito mais rica de detalhes do que no anterior. Não só por ter mais sonhos. Mas porque uma vez me disseram que o que sonhamos representa os nossos desejos, ou parte dos nossos desejos mais íntimos. De certa forma, agora eu sei o que meu coração quer. E agora me foi mostrado exatamente para onde eu vou se eu seguir meu coração e me esforçar para merecer. Minha vida inteira eu fui feliz. Minha vida inteira, eu tive minha Bella do meu lado. Minha vida inteira eu fui perseguido não só pelo amor e pela felicidade, mas também pela esperança nos momentos mais difíceis. Esperança de que tudo ia ficar bem. E tudo ficava. Mesmo não tendo a vida perfeita, mesmo não sendo 100%, sempre fomos perfeitos um para o outro, graças ao amor que nos unia. O amor dos nossos amigos, nosso amor, o amor da nossa família. O amor nos uniu, para sempre.


Nós dois fizemos muitas viagens juntos, para lugares diferentes, lugares variados. Conhecemos nosso lugar especial [ou o meu, dependendo do ponto de vista], Itália, um sonho conjunto. Disney, que faz parte da nossa vida, por agregar personagens que fizeram parte da nossa infância e, mesmo depois dela, algumas frases ou pensamentos persistem, por conter algo que se identifica com nós dois.


Eu nunca chamei a Bella de meu “Milagre pessoal”, porque jamais vi ela desse jeito, embora muitas vezes ela se comportasse como tal. Meu milagre, meu Sol. A partir do momento em que nós conhecemos ela passou a iluminar minha vida, como um Sol. Ela pode sim ser considerada um milagre, mas prefiro muito mais chamá-la de meu “Sol pessoal”. Porque ela me iluminou a vida inteira, com seu sorriso que, mesmo não despertando nada sobrenatural, significava que eu a fazia feliz e, com isso, me fazia feliz também. Significava que as partes se encaixavam. Duas partes de um todo. Que “todo” seria esse? Duas partes que formam uma coisa só, cuja composição é: Felicidade, amor, carinho, compreensão, companheirismo. Por uma vida inteira.


Para sempre...

Como eu disse, o Para Sempre não é mais simplesmente nosso envelhecer, mas nossa vida inteira.


Mas depois que eu morro, a Bells acaba voltando ao Morro da Coruja, o lugar onde eu me vi envelhecendo. O lugar onde eu quis levar meu amor. Onde eu QUERO levar. É tão óbvio que eu nem citei o fato de eu ter levado ela para lá em vida. Mas a diferença significativa entre um e outro é que, depois que eu morri, ela não foi para lá sozinha. Nossos filhos ficaram junto com ela, até ela mesma morrer. Até ela mesma se encontrar comigo, para levarmos nosso amor além da vida. Para que ele seja realmente eterno.


Por isso eu digo, essa é uma diferença significativa entre um e outro. Porque no original, a personagem ficou sozinha. Nesse, não. A Bella teve os nossos filhos do seu lado. A nossa família ficou unida até o fim, e não simplesmente nossos caminhos se separaram. Não criamos nossos filhos para se esquecerem de nós, se esquecerem de onde vieram, eles cuidaram da mãe deles até ela partir. ISSO é uma coisa importante. Talvez a coisa mais importante.


Da mesma forma que no original, eu me vi de pé atrás do trio. Novamente como um guardião. Mas, existe uma diferença nisso tudo. Em virtude dos recentes do acontecimentos, eu passei a ver não só eu atrás dos três, mas o Allison e a Lívia também. Ambos nos protegeram até o fim, e depois que nós dois partimos, passaram a proteger nossos filhos, junto conosco. O esforço de nenhum dos dois para tornar aquilo realidade foi em vão.


Porque fomos sim, felizes a vida inteira, e não importou o que aconteceu, nunca oscilamos em nossa decisão de dar uma chance a nós dois. Sempre firmes e sempre sem arrependimento algum. Certa vez me disseram que o amor se constrói nas pequenas ações e não é algo que é pá pum e já era. Eu aprendi isso. Eu aprendi isso com meus erros. Com meu erro, o maior deles. Nunca pensei que um amor verdadeiro mudaria tudo...Porque viver é aprender.


Quando eu digo pequenas ações, eu não digo só de fazer algo um pelo outro, mas em pequenas coisas. Um exemplo claro que eu gosto de adotar é quando o parceiro está dormindo. Um exemplo que me foi dado e eu comprovei isso. Ainda não comprovei isso de verdade, na real mesmo, mas se uma simples foto já me inspirou um senso RIDÍCULO de proteção, eu imagino o que ver de verdade a Bell dormindo me faria. E é em pequenas ações que está o amor, como no exemplo de dormir: Cobrir a pessoa, caso esteja frio. Ou num beijo, num abraço, ou até num sorriso. O amor está gravado em momentos perfeitos que são passados juntos. Não precisa ser grandioso, só ter algum significado.


Isso é algo que esses sonhos e minha vida me ensinaram. E o Para Sempre é o resultado de uma vida de amor. Ele ser levado adiante.


Nunca Será Esquecido


É até estranho comentar o Adeus desse jeito. Mas depois que a Bella se foi nossos filhos, já casados, rumaram para Munique também.


Por isso esse lugar tem um significado diferente e especial, porque nós estabelecemos uma raiz ali. Um marco, um lugar que é imediatamente associado a nossa vida. O ícone do nosso amor. Por mais que ele não tenha nenhuma coisa a ver com isso, simplesmente por ter sido um sonho conhecê-lo, e por termos guardado boas lembranças dali...Ele se tornou um lugar especial para nós.


O último sonho, se é que podemos chamar desse jeito, novamente mostrava a nossa vida com nossos filhos. As mesmas coisas para ambos, com a típica diferença da festa de debutante da Manuella e a diferença de idade e de gostos pessoais de ambos. Mas os dois sempre foram muito próximos, pelo o que pareceu. Criamos os dois para serem amigos, por maior que fossem as suas diferenças, e isso foi algo que conseguimos. Todas as nossas viagens juntos, suas formaturas, suas brigas, tudo me foi mostrado. Na verdade, inclusive com acréscimos que eu não esperava. Uma cena num navio, num cruzeiro [até Titanic incorporamos, veja só], Rafael se aproximou ensinando uma criança a andar, mas a cena mudou tão rápido que eu não pude ver se era, de fato, um neto, mas é algo que sempre vai estar na minha cabeça. Novamente, eu reitero o que eu disse quando comentei sobre orgulho. Nós dois, eu e a Bella, tivemos o direito de nos orgulhar dos nossos filhos, se orgulhar do que fizemos por eles e do que eles fizeram por nós. Nossa vida feliz, a forma com que eles cresceram honestos, decentes e, acima de tudo, unidos. A forma com que eles não nos abandonaram no final, e estiveram conosco até o fim. Principalmente com sua mãe, depois que o pai morreu.


Agora, como terminar uma história? Como terminar a minha história? Como terminar a história da minha vida... Da minha vida perfeita e, caso não tenha sido perfeita, muito próximo disso. Simplesmente, o Adeus.

Novamente em Munique, nossos filhos se dirigiram ao Olympia Park, acompanhados de seus cônjuges e munidos com dois objetos: Nossas alianças.
Depois de enterrá-las na base de uma árvore, escreveram [mesmo que de forma tosca] no tronco da mesma: “Aqui está guardada a prova do maior amor que já existiu”. Soa meio como arrogância colocarem dessa forma, mas foi o que eles viveram. Para eles, foi o maior amor. O maior que eles tiveram a oportunidade de presenciar, mais até do que o seu próprio. E o fato de até seus parceiros estarem chorando, significa que tivemos influência na vida deles também. Com conselhos, apoio. Da mesma forma que o Allison e a Lívia tiveram na nossa, tivemos na vida dos nossos filhos. Essa influência, não importa qual tenha sido ela, foi boa...E nunca será esquecida.

Novamente nessa cena, eu vi o meu “fantasma” e o da Bella estarem junto, assim como o do Allison e o da Lívia. Estávamos vendo o reconhecimento do trabalho de uma vida inteira ali. E, apesar de termos morrido, nós sempre estaríamos com eles. Sempre tentando proteger do mal. Para sempre anjos. Nós 4.

Não fomos nós quem começamos isso, foram o Allison e a Lívia. E, ver essa vida perfeita, e ver que ela só é possível graças a eles, me dá mais um motivo ainda para lutar por ela. E, não importa o que aconteça, eu vou lutar.




The End



Comentário:

É estranho escrever o Sonhar novamente. Mais estranho ainda ver que minha vida perfeita mudou. E é ainda mais estranho saber que essa vida perfeita jamais acontecerá, por mais que façamos exatamente como está no sonho. Algumas coisas não dependem de nós, mas sim da natureza. E nem sempre ela colabora conosco.

De qualquer forma, não me interessa se a minha vida será exatamente como descrita no sonho, me interessa saber se eu vou passá-la junto com a Bella. Não importa a maneira que seja de fato a minha vida, se eu estiver junto com ela...Eu já posso considerá-la perfeita. E, ter a Bella comigo é algo que vale a pena lutar.

Um comentário:

  1. Ameei esse texto mt lindo ele sr. escritor *-*
    Ja li ele antes de ta aki uhuu so vip hsuahsshau':3

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