sexta-feira, 27 de agosto de 2010

É Para Sempre

Sempre quando eu penso que vou parar de escrever, me aparece mais uma coisa a contar. Impressionante como a vida, em geral, me traz experiências de aprendizado e compreensão. Basicamente, tudo o que a vida me traz faz eu aprender a ser uma pessoa melhor, compreender o que eu devo fazer para fazer meu amor feliz.

Hoje, meus amigos, eu vou contar uma história que, embora fictícia, é baseada em algo da realidade.




...

Erick e Manuella são um casal diferente, muito diferente. Diferente em vários aspectos, um deles é que na maioria das vezes eles discordam. Diferente, porque começaram a namorar com 14 anos e nunca mais se separaram, por nada. Os dois se amavam loucamente e era difícil ficar longe um do outro quando estavam de férias ou não podiam se ver pelos mais variados motivos. A saudade, embora benéfica às vezes, era algo doloroso.

Mas, como um casal poderia existir com tanta discórdia? Os dois discordavam EM TUDO e, mesmo assim, eram muito felizes. Acharam no outro uma pessoa para se confiar, se amar, conviver e ser alegre e feliz do jeito que nasceu para ser. Mas, apesar de tudo isso, com tanta discordância, eles não escapavam de uma boa briga.

Eles namoraram durante muito tempo, até se casarem. E, mesmo depois de tanta convivência, as brigas ainda surgiam. Até que um dia uma estourou.

Erick estava viajando para uma turnê de música, ele era músico, assim como seu sogro. Um dia, sua turnê acabou parando na cidade onde ele morava e ele havia pedido para Manuella ver. Ela foi ao show, viu e gostou. Ele fez uma homenagem a ela no show, que deixou ela toda encabulada. Ela odiava coisas públicas, sempre foi meio reservada. No momento, ela sorriu, para não constrangê-lo, mas ela mesma já estava constrangida demais, tanto que não falou com ele o caminho todo para casa. A mínima tentativa de Erick para conversar foi abafada pela falta de entusiasmo e, ao mesmo tempo, raiva da Manuella.

- Amor, esse foi o último show! – Disse ele com um entusiasmo de criança. – Eu vou poder voltar para casa e te ajudar a cuidar da nossa casa, da nossa vida. Nunca mais vou deixar você.
- Ok – Ela não conseguia, de jeito algum, esconder a raiva que estava sentindo.
- Meu amor, o que você tem? – Ele tentava entender qual o motivo da reação sem entusiasmo de seu grande amor.

- Nada. Só dirija, Erick. Eu quero chegar em casa logo – Seu tom foi tão frio, que ele se calou.

Eles andaram mais uma meia hora em silêncio absoluto, dava para sentir o clima de tensão e, de certa forma, eles sabiam que uma briga muito grave se seguiria àquele momento, só não sabiam o por quê dela.

Chegando em casa, Erick tentou novamente conversar com sua esposa e, dessa vez, ela demonstrou uma reação, mas uma reação que ele não esperava. Ela explodiu.

- QUE IDÉIA IDIOTA FOI AQUELA DE ME CITAR NA FRENTE DE TODA AQUELA GENTE? – Ela falava tão alto que parecia gritar, o que o pegou totalmente de surpresa – VOCÊ SABE O QUANTO EU ODEIO TODO ESSE TIPO DE PUBLICIDADE! EU NÃO SOU IGUAL VOCÊ, QUE QUER SER O CENTRO DAS ATENÇÕES.
- Nossa meu amor, me desculpa. – Ele tentava, de todo jeito, consertar o erro que nunca pensara ter cometido – Eu não sabia que você iria ficar brava, eu deveria ter te avisado. Desculpe-me, eu nunca mais faço isso.
- NÃO? TEM CERTEZA? – Ela ainda gritava. – Eu NÃO tenho tanta certeza assim! Da mesma forma que você disse que nunca mais vai me deixar! Você vai voltar a tocar! Eu tenho certeza, parece que isso é mais importante para você do que eu! EU ESTOU FORA! ADEUS.

Manuella saiu de casa. Andou na chuva sem saber o que fazer, e para aonde ir. Sentou num banco de praça e deixou simplesmente a chuva cair. Algum tempo depois, decidiu ir para casa do seu irmão mais novo que, embora a idade menor, provavelmente saberia aconselhá-la naquele momento de dificuldade. Andou, andou e andou, mas a casa dele era muito longe. Decidiu parar em um lugar qualquer, pedir um quarto e dormir. No dia seguinte, ela tomaria um táxi até a casa do seu irmão. Como só estava com o cartão de crédito, ele teria que pagar, mas ele não negaria isto a ela naquele momento. Naquela noite, ela dormiu muito mal, teve vários pesadelos. Abandono, ser trocada, sobre vários temas diferentes. Coisas que ela temia, coisas que a machucavam, a magoavam...

Chegando na casa de seu irmão, ela explicou para ele tudo o que aconteceu. Ele não soube como aconselhá-la direito, exceto falar o óbvio.

- Manuella, você está levando isso a um ponto muito mais longe do que deveria. Você está praticamente fazendo “tempestade em copo d’água”. – Ele parou e respirou. – Acho sinceramente que você deveria voltar, reconsiderar tudo e ver o grande erro que você está cometendo.
- De jeito nenhum – Ela replicou. – Nunca vou fazer isso, porque isso vai se repetir sempre.
- E você vai continuar a amá-lo sempre. – Ele encerrou a questão num tom severo. – Venha, deixa eu te mostrar. Acho que isso vai te ajudar mais do que eu.

Ele, calmamente, a levou para o seu quarto e pediu para ela esperar em sua cama. Ele se dirigiu a um armário, no canto do quarto, e dele retirou uma caixa grande de madeira. Ali estava guardado um dos maiores tesouros dos dois: As lembranças dos seus pais.

- Você sabe que o papai escrevia bastante, não é? – Rafael perguntou à Manuella. – Uma das coisas que a mamãe mais gostava nele eram os textos que ele escrevia. Eu passei muito tempo lendo eles, porque vários deles contêm ensinamentos e coisas que o papai pensava. Mais importante, ele retrata coisas que ele sentia a respeito da vida dele com a mamãe.
- Você nunca me contou isso – disse ela. – E, como isso pode me ajudar? Pode me explicar?
- Tome, leia este texto aqui. – Ele estendeu a folha de papel para ela – Leia, reflita. Eu sei que você vai fazer o certo. A chave está na porta, quando e se você quiser sair.

Rafael deixou o quarto e deixou a sua irmã ali, pasma. Ela pegou a folha e começou a ler.


“ É para sempre...

Estranho, é impressionante MESMO como as coisas acontecem. Como nem todo o amor do mundo consegue evitar os mais variados tipos de conflito. Hoje, mais cedo, eu estava longe do meu amor. Daquela que amo, respeito e confio. Longe por causa de um erro que eu cometi. Um erro que, nem sequer imaginava que existisse, dado a sua importância mínima e perfeitamente idiota. Mas, mesmo assim, meu amor estava com raiva de mim. O único crime imperdoável para uma pessoa que, como eu, quer uma única coisa na vida: A felicidade dela.

Nunca me foi dito que seria tão difícil. Nunca me foi dito que a nossa vida ia ser assim...Tão difícil, tão sofrida em alguns momentos [me refiro aos momentos de distância]. O mais engraçado é que nunca concordamos em nada, ou, concordamos em poucas coisas. Muitas vezes, saem brigas dessas discordâncias.

Não sabia que seria tão difícil viver desse jeito, mas tem uma coisa que supera tudo. Não importa a dificuldade, sempre valerá a pena. A única coisa que concordamos invariavelmente é que nos amamos. Isso não tem dúvida, discussão, insegurança ou qualquer coisa que faça questionar se amamos um ao outro ou não.

Agora, não importa se nos amamos ou não, as brigas surgem. Mas, eu me pergunto: Isso seria motivo suficiente para nos separar? Não importa o quanto briguemos, sempre estaremos juntos. Nossas brigas fazem nós rever as coisas e nos tornarmos ainda mais perfeitos um para o outro. O amor foi feito para ser para sempre e não uma coisa descartável, como algumas pessoas parecem achar.

O nosso amor É SIM para sempre. E, não importa o quanto briguemos, nós nunca nos separaremos. E, mais importante ainda: Mesmo brigando, nunca encontramos alguém mais feliz do que nós.


The End”


Manuela leu o texto de seu pai e, logo em seguida, olhou todas as lembranças que ela e seu irmão tinham deles. As fotos, os vídeos, os outros textos...As alianças. Tudo ali continha uma marca: A marca da felicidade. Uma coisa não faltava naquelas lembranças: Felicidade. Uma coisa que nunca faltou para ela e seu marido, não importa o quanto brigassem. E, no fundo, ela sabia que não importava o quão zangada ela tivesse com ele, ela sempre ficaria bem, porque ele era o único que poderia fazê-la feliz. Ele era o único que a fazia feliz. E, o motivo para ela se zangar era tão besta que ela parou pra pensar e não entendeu o motivo da sua reação. Ela sabia que era a mais importante, sempre. E, mesmo errando, tudo o que ele quis foi agradá-la e demonstrar o quanto a amava. Manuella, a partir daquele dia, passou a de fato enxergar a sua mãe em si mesma. Uma coisa correta, partindo do pressuposto que ela estava sempre com sua filha.

Seus pais, naquele momento, trocaram olhares e esse olhar só tinha um significado:

Eles sabiam que a história estava se repetindo.

domingo, 8 de agosto de 2010

"Carpe diem..."

“Carpe diem...”


Estranho pensar que, até pouco tempo atrás, essa expressão não tinha qualquer significado para mim, exceto a tradução literal. Tradução literal esta que dava as mãos a uma das minhas filosofias de vida, que consiste em viver antes de morrer. Mais estranho ainda é pensar na rapidez com a qual essa expressão se tornou importante para mim, a rapidez com a qual ela se instalou na minha cabeça.

Carpe diem significa, acima de tudo, aproveitar as coisas. Seja um dia, uma hora, um minuto, ou a vida em geral. Talvez venham me perguntar qual a razão do texto quando na verdade, boa parte do texto a expressão ficará basicamente “esquecida”. Porque esse foi o último pedido de alguém que se importava comigo, e essa expressão acabou por se tornar uma das coisas mais importantes instaladas na minha cabeça. Para explicar o motivo dessa expressão ter tamanha importância, eu vou reunir aqui as estações da minha vida e, com isso, mostrar a vocês porquê e como eu cheguei onde estou agora.




I – Abismo: O Mais Escuro dos Invernos


Para quem nunca leu nada do que eu escrevi, pode se tornar estranho ler “estações da minha vida”. Por isso, perdoem-me uma breve explicação: Eu sempre vivi diferentes estados de espírito na minha vida. De acordo com a situação que eu vivia, uma emoção predominava. A primeira parte da minha vida, os anos vazios, tudo o que predominava era simplesmente a existência. Mas, a partir desse ano, eu passei a viver uma estação diferente: O inverno.

Eu costumo associar as estações a sentimentos de acordo com as minhas preferências e, de acordo com a estação, eu fico num estado diferente, justamente por causa do clima diferente. É uma comparação meio infantil, comparar o estado de espírito ao clima, mas acho que é o que representa melhor.

O inverno é a estação mais triste que existe para mim, e é nele que eu me baseio para escrever sobre as fases mais difíceis que eu vivi. Os primeiros 5 meses desse ano estão incluídos justamente por serem os piores da minha vida. Estão incluídas também as férias do mês de julho.

Por que foram tão ruins? A resposta é bem simples: Nos primeiros meses, eu vivi sem esperança de ter uma vida. Sem esperança de ter um futuro feliz, porque o que eu julgava o futuro era simplesmente uma mentira. Algo que, na melhor das hipóteses, duraria 1 mês. Mais importante ainda, porque eu sofri em função de alguém que nunca foi o que de fato eu pensei. Eu me apaixonei pela sombra daquilo que eu julgava ser a garota perfeita para mim. A garota que eu queria passar o resto da minha vida com. O fato de ser uma mentira e aquilo nunca ter o final que eu esperava que tivesse, me fez entrar em desespero e me afogar em tristeza.

Já nas férias, embora eu já estivesse vivendo a última estação, ficar longe dela me fez remeter a uma “crise de abstinência”. A única diferença é que eu tinha esperança. Mas ainda assim, era potencialmente problemático, principalmente pelas perdas que eu tive.

Mas, em ordem cronológica, o que importa agora são os 5 primeiros meses. Por que eles em especial? Porque foi o tempo que durou essa fase, sendo que depois deles, tudo mudou. E é ai que começa a outra estação, que não se enquadra dentre as normais.




II – Mudança: Um Outro Mundo.



Essa parte, simplesmente é uma transição. Uma transição onde eu descobri boa parte do que eu sou, quem eu sou. Eu passei a viver num outro mundo, eu passei a olhar o mundo de forma diferente. Talvez, nessa parte, é que escrever tenha se consolidado como um dos meus maiores hobby’s.

Mas uma coisa é curiosa, muito curiosa, dentro disso tudo.

Há muito tempo atrás, eu e meus amigos concluímos que algumas coisas nunca mudam. Eu vivi tanto tempo sem qualquer mudança significativa na minha vida que eu comecei a achar que nada muda, nunca. Enquanto eu estava no inverno, eu perdi totalmente a esperança sobre qualquer mudança e havia deixado a tristeza simplesmente me engolir: “Permanecer apaixonado com minha própria tristeza”. Era uma frase que eu definia como meu futuro. Mas, mesmo sem qualquer esperança, veio a mudança. Eu aprendi a amar, eu me apaixonei.

Quando a mudança de fato veio, ela veio de forma definitiva. A partir do momento em que eu me apaixonei pela Bella, seria sempre assim para mim. Eu sempre vou amar quem causou essa mudança: Minha Bella, meu amor. Justamente, tudo o que eu amo nela. Seu sorriso, seu olhar, sua personalidade e seu jeito de me encantar com coisas simples. Eu sempre vou amar isso.

“Trazendo mudança, trazendo movimento, trazendo vida”. Basicamente, podemos resumir nisso. Porque mudou completamente o meu ser, não quem eu sou, mas é com ela que eu posso ser quem eu nasci para ser. E, olhar o mundo da minha maneira, que é uma maneira diferente do que eu sempre vi, é tão diferente que eu sinto como se estivesse entrando em um novo mundo. Um mundo onde existe felicidade e a coisa mais linda existente é justamente...A Bella. Isso não é influência dela, mas sim eu encontrei nela tudo o que eu sonhei. Tudo o que eu esperava encontrar naquilo que me fez sofrer. Sofrer com a decepção. De qualquer forma, essa nova liberdade que surgiu, a liberdade de ser quem eu sou...Foi como entrar em uma nova vida. A Bella me trouxe a vida.

Mas antes de tudo isso...Antes do final, eu passei por uma última estação: A estação da transição definitiva.



III – Outono: Fim de uma Era, Eis que o Sol Nasce.


Antes da minha vida se tornar o que se tornou, eu tive 18 dias de expectativa e indecisão. Eu não sabia se a mudança era correta. A partir do momento que eu vivi a minha vida inteira no inverno, eu não saberia se seria capaz de me adaptar. Não por mim, mas pelo fato de a Bella, me dando tudo o que dá, merecer tudo o que existe de bom na Terra. E eu não sabia se seria capaz de mudar para conseguir dar tudo à ela. E eu não iria entrar se não fosse capaz.

Um dos muitos apelidos que eu dou para a Bella é “Sol”. Justamente por ela aquecer [literalmente =x] e iluminar minha vida. Por ela me fazer feliz. A partir do momento em que eu ouvi o “sim”, foi como o meu Sol nascer e se instalar no fundo da minha alma.

Com isso, eu entrei numa era diferente da minha vida. Na última estação.



IV – Felicidade: O Verão Inevitável, o Florescer da Primavera.


Assim, como mudaram as estações, acabou-se o frio do inverno e a mudança do outono. Eu estacionei [Espero eu para sempre] na última estação: O verão.

É estranho eu usar o verão, quando na verdade a minha estação favorita é a primavera. Mas, essa estação é uma estação mista. Ela é um híbrido das duas estações que eu gosto.

Começa com o verão, estação quente demais e seca. No começo de tudo, não havia exatamente romance e eu tomava atitudes sem pensar. De fato, eu não imaginava muitas coisas que aconteciam. Não conseguia imaginar exatamente o que se passava na cabeça do meu amor. Eu fui egoísta e esqueci de pensar nisso. Era tudo muito seco, e ainda havia vestígios de medo e falta de segurança conosco. Mas, veio a separação e o inverno novamente.

Mas, por um milagre, a primavera floresceu desse inverno. Percebemos o quanto fazemos falta um ao outro e, com isso, percebemos o quanto nos amamos. Isso só fez nosso vínculo aumentar de forma excepcional. Literalmente, floresceu.

Embora tudo isso tenha acontecido, eu seria muito imbecil se deixasse escapar um fato marcante nisso tudo. Foi simplesmente uma marretada na minha cabeça perder os autores e quem possibilitou a minha união com a Bella. O amor nos uniu, para sempre. O amor do Allison e da Lívia.

É estranho, muito estranho, perder os dois. Por duas razões: Depois que os perdi, eu passei a sentir estar sendo acompanhado.

A outra razão é um pouco mais complexa. Na nossa convivência, a Lívia sempre me dizia que eu era parecido com o Allison, não física, mas sim psicologicamente. Sempre tivemos uma personalidade bem parecida, de acordo como fomos criados. Quando eu conheci a Lívia, eu mirava nela a garota perfeita para mim e quando eu encontrei a Bella, eu passei a ver a Lívia nela. Devido a semelhança, novamente psicológica, entre as duas. As duas têm o mesmo jeito, o mesmo olhar...

Nunca vai ficar mais fácil aceitar o fato de que nunca mais vou ver os dois, mas ainda assim...Eles me prometeram estar junto comigo sempre, e eu percebo que eles estão cumprindo essa promessa. O espírito do Allison vive em mim, assim como o da Lívia vive na Bella.

O motivo do texto se chamar Carpe Diem é que o pedido foi dele. Aproveitar a vida. Depois que eu fiquei junto com a Bella e os perdi...Eu fiz uma promessa de aproveitar ao máximo minha vida junto com ela, não só por nós, mas pelos dois. Eles nos deram a possibilidade de viver a vida que eles não puderam e eu não pretendo desperdiçar. Não somos mais só Ricardo Augusto e Izabella Carozzo, nós temos conosco Allison Spinelli e Lívia Borges. Espírito dos dois continua conosco.

Saudade

Saudade...Ah, a saudade. Um dos sentimentos, sem dúvida alguma, mais temidos. Mas será que esse sentimento é tão ruim assim?

É claro que é totalmente desconfortável você sentir falta de algo, é claro que é bem preferível você não sentir saudade de alguma pessoa e/ou objeto, mas talvez esse sentimento tenha os seus pontos fortes. Nessas férias, eu senti muita saudade. Muita mesmo, a ponto de querer fazer coisas insanas para matá-la.

Mas no final das férias eu descobri que, embora tenham sido momentos agonizantes, essas férias me mostraram várias coisas e me ensinaram muitas coisas também.

A primeira delas, com certeza, eu devo classificar como: “dar valor”. Por que dar valor? Muito simples: Quando você fica sem algo, você aprende o quanto aquilo faz falta para você. E, no meu caso, fez muita falta.

Nessas férias, pessoal, eu fiquei longe dos meus amigos e da coisa mais importante que existe no meu mundo: Minha namorada, meu amor, minha Bella. Eu já valorizava tudo isso, e nunca foi pouco. Mas ficar longe deles me fez perceber o quanto são importantes para mim e como eu não posso viver feliz sem estar junto deles.

Nessas férias, eu perdi a melhor das pessoas.

Mas isso, no final das contas, isso seria motivo de desespero para mim? Foi, por muito tempo. Mas no final, eu descobri que embora não estejam comigo em estado físico, algumas coisas eu sempre levo comigo. Nosso sentimento, seja ele de amizade ou amor ou simplesmente prazer em estar junto com o outro. Eu levei isso comigo as minhas férias inteiras e vou continuar levando por muito tempo. Eu levo como? Nas lembranças, nas recordações dos bons momentos. Isso é algo que, embora esteja somente em minha cabeça, ajuda e muito nos momentos de solidão e de tristeza. Impede de você se sentir sozinho, por mais sozinho que você esteja. Me impediu de ter pesadelos. Pesadelos de abandono, exatamente por me sentir sozinho.

Mas nesse tempo, exatamente como eu disse, mesmo na hora mais escura eu ainda tive esperança. Fé, que eu veria todos de novo. Uma das únicas vezes em que eu tive fé na vida, não importa no que seja. E agora, faltando pouco tempo para ver todo mundo, o que vem agora não é mais a saudade e sim a conseqüência de todo esse tempo longe: Sensação de missão cumprida.

Mas que missão? Essa é uma resposta simples. Esse tempo longe serviu para nós intensificarmos os nossos laços, os nossos vínculos. Mesmo que involuntariamente, todo esse tempo fez nós percebermos o quanto nós nos amamos, o quanto gostamos um do outro e o quanto o outro é importante para nós.

E, mesmo quando nós não podermos nos ver mais, quando perdermos um irmão, um amigo, um amor...Fica a lembrança, fica a recordação do momento especial, do que significou realmente para nós e, ainda mais importante, toda a influência que tiveram na vida dos que ficam.

Nunca perdemos alguém, assim como nunca estamos sozinhos. Por mais longe que a pessoa esteja, ou quanto tempo ela partiu, uma relação de amor e amizade não termina nunca. Ela sempre deixa sua marca. Essa marca chama-se saudade, e representa a importância que as pessoas tem para a outra.

A saudade que eu senti nessas férias só provou o quanto meus amigos e meu amor são importantes para mim. No final, por pior que tenha sido, não foi nem de perto ruim como poderia ser.