domingo, 8 de agosto de 2010

"Carpe diem..."

“Carpe diem...”


Estranho pensar que, até pouco tempo atrás, essa expressão não tinha qualquer significado para mim, exceto a tradução literal. Tradução literal esta que dava as mãos a uma das minhas filosofias de vida, que consiste em viver antes de morrer. Mais estranho ainda é pensar na rapidez com a qual essa expressão se tornou importante para mim, a rapidez com a qual ela se instalou na minha cabeça.

Carpe diem significa, acima de tudo, aproveitar as coisas. Seja um dia, uma hora, um minuto, ou a vida em geral. Talvez venham me perguntar qual a razão do texto quando na verdade, boa parte do texto a expressão ficará basicamente “esquecida”. Porque esse foi o último pedido de alguém que se importava comigo, e essa expressão acabou por se tornar uma das coisas mais importantes instaladas na minha cabeça. Para explicar o motivo dessa expressão ter tamanha importância, eu vou reunir aqui as estações da minha vida e, com isso, mostrar a vocês porquê e como eu cheguei onde estou agora.




I – Abismo: O Mais Escuro dos Invernos


Para quem nunca leu nada do que eu escrevi, pode se tornar estranho ler “estações da minha vida”. Por isso, perdoem-me uma breve explicação: Eu sempre vivi diferentes estados de espírito na minha vida. De acordo com a situação que eu vivia, uma emoção predominava. A primeira parte da minha vida, os anos vazios, tudo o que predominava era simplesmente a existência. Mas, a partir desse ano, eu passei a viver uma estação diferente: O inverno.

Eu costumo associar as estações a sentimentos de acordo com as minhas preferências e, de acordo com a estação, eu fico num estado diferente, justamente por causa do clima diferente. É uma comparação meio infantil, comparar o estado de espírito ao clima, mas acho que é o que representa melhor.

O inverno é a estação mais triste que existe para mim, e é nele que eu me baseio para escrever sobre as fases mais difíceis que eu vivi. Os primeiros 5 meses desse ano estão incluídos justamente por serem os piores da minha vida. Estão incluídas também as férias do mês de julho.

Por que foram tão ruins? A resposta é bem simples: Nos primeiros meses, eu vivi sem esperança de ter uma vida. Sem esperança de ter um futuro feliz, porque o que eu julgava o futuro era simplesmente uma mentira. Algo que, na melhor das hipóteses, duraria 1 mês. Mais importante ainda, porque eu sofri em função de alguém que nunca foi o que de fato eu pensei. Eu me apaixonei pela sombra daquilo que eu julgava ser a garota perfeita para mim. A garota que eu queria passar o resto da minha vida com. O fato de ser uma mentira e aquilo nunca ter o final que eu esperava que tivesse, me fez entrar em desespero e me afogar em tristeza.

Já nas férias, embora eu já estivesse vivendo a última estação, ficar longe dela me fez remeter a uma “crise de abstinência”. A única diferença é que eu tinha esperança. Mas ainda assim, era potencialmente problemático, principalmente pelas perdas que eu tive.

Mas, em ordem cronológica, o que importa agora são os 5 primeiros meses. Por que eles em especial? Porque foi o tempo que durou essa fase, sendo que depois deles, tudo mudou. E é ai que começa a outra estação, que não se enquadra dentre as normais.




II – Mudança: Um Outro Mundo.



Essa parte, simplesmente é uma transição. Uma transição onde eu descobri boa parte do que eu sou, quem eu sou. Eu passei a viver num outro mundo, eu passei a olhar o mundo de forma diferente. Talvez, nessa parte, é que escrever tenha se consolidado como um dos meus maiores hobby’s.

Mas uma coisa é curiosa, muito curiosa, dentro disso tudo.

Há muito tempo atrás, eu e meus amigos concluímos que algumas coisas nunca mudam. Eu vivi tanto tempo sem qualquer mudança significativa na minha vida que eu comecei a achar que nada muda, nunca. Enquanto eu estava no inverno, eu perdi totalmente a esperança sobre qualquer mudança e havia deixado a tristeza simplesmente me engolir: “Permanecer apaixonado com minha própria tristeza”. Era uma frase que eu definia como meu futuro. Mas, mesmo sem qualquer esperança, veio a mudança. Eu aprendi a amar, eu me apaixonei.

Quando a mudança de fato veio, ela veio de forma definitiva. A partir do momento em que eu me apaixonei pela Bella, seria sempre assim para mim. Eu sempre vou amar quem causou essa mudança: Minha Bella, meu amor. Justamente, tudo o que eu amo nela. Seu sorriso, seu olhar, sua personalidade e seu jeito de me encantar com coisas simples. Eu sempre vou amar isso.

“Trazendo mudança, trazendo movimento, trazendo vida”. Basicamente, podemos resumir nisso. Porque mudou completamente o meu ser, não quem eu sou, mas é com ela que eu posso ser quem eu nasci para ser. E, olhar o mundo da minha maneira, que é uma maneira diferente do que eu sempre vi, é tão diferente que eu sinto como se estivesse entrando em um novo mundo. Um mundo onde existe felicidade e a coisa mais linda existente é justamente...A Bella. Isso não é influência dela, mas sim eu encontrei nela tudo o que eu sonhei. Tudo o que eu esperava encontrar naquilo que me fez sofrer. Sofrer com a decepção. De qualquer forma, essa nova liberdade que surgiu, a liberdade de ser quem eu sou...Foi como entrar em uma nova vida. A Bella me trouxe a vida.

Mas antes de tudo isso...Antes do final, eu passei por uma última estação: A estação da transição definitiva.



III – Outono: Fim de uma Era, Eis que o Sol Nasce.


Antes da minha vida se tornar o que se tornou, eu tive 18 dias de expectativa e indecisão. Eu não sabia se a mudança era correta. A partir do momento que eu vivi a minha vida inteira no inverno, eu não saberia se seria capaz de me adaptar. Não por mim, mas pelo fato de a Bella, me dando tudo o que dá, merecer tudo o que existe de bom na Terra. E eu não sabia se seria capaz de mudar para conseguir dar tudo à ela. E eu não iria entrar se não fosse capaz.

Um dos muitos apelidos que eu dou para a Bella é “Sol”. Justamente por ela aquecer [literalmente =x] e iluminar minha vida. Por ela me fazer feliz. A partir do momento em que eu ouvi o “sim”, foi como o meu Sol nascer e se instalar no fundo da minha alma.

Com isso, eu entrei numa era diferente da minha vida. Na última estação.



IV – Felicidade: O Verão Inevitável, o Florescer da Primavera.


Assim, como mudaram as estações, acabou-se o frio do inverno e a mudança do outono. Eu estacionei [Espero eu para sempre] na última estação: O verão.

É estranho eu usar o verão, quando na verdade a minha estação favorita é a primavera. Mas, essa estação é uma estação mista. Ela é um híbrido das duas estações que eu gosto.

Começa com o verão, estação quente demais e seca. No começo de tudo, não havia exatamente romance e eu tomava atitudes sem pensar. De fato, eu não imaginava muitas coisas que aconteciam. Não conseguia imaginar exatamente o que se passava na cabeça do meu amor. Eu fui egoísta e esqueci de pensar nisso. Era tudo muito seco, e ainda havia vestígios de medo e falta de segurança conosco. Mas, veio a separação e o inverno novamente.

Mas, por um milagre, a primavera floresceu desse inverno. Percebemos o quanto fazemos falta um ao outro e, com isso, percebemos o quanto nos amamos. Isso só fez nosso vínculo aumentar de forma excepcional. Literalmente, floresceu.

Embora tudo isso tenha acontecido, eu seria muito imbecil se deixasse escapar um fato marcante nisso tudo. Foi simplesmente uma marretada na minha cabeça perder os autores e quem possibilitou a minha união com a Bella. O amor nos uniu, para sempre. O amor do Allison e da Lívia.

É estranho, muito estranho, perder os dois. Por duas razões: Depois que os perdi, eu passei a sentir estar sendo acompanhado.

A outra razão é um pouco mais complexa. Na nossa convivência, a Lívia sempre me dizia que eu era parecido com o Allison, não física, mas sim psicologicamente. Sempre tivemos uma personalidade bem parecida, de acordo como fomos criados. Quando eu conheci a Lívia, eu mirava nela a garota perfeita para mim e quando eu encontrei a Bella, eu passei a ver a Lívia nela. Devido a semelhança, novamente psicológica, entre as duas. As duas têm o mesmo jeito, o mesmo olhar...

Nunca vai ficar mais fácil aceitar o fato de que nunca mais vou ver os dois, mas ainda assim...Eles me prometeram estar junto comigo sempre, e eu percebo que eles estão cumprindo essa promessa. O espírito do Allison vive em mim, assim como o da Lívia vive na Bella.

O motivo do texto se chamar Carpe Diem é que o pedido foi dele. Aproveitar a vida. Depois que eu fiquei junto com a Bella e os perdi...Eu fiz uma promessa de aproveitar ao máximo minha vida junto com ela, não só por nós, mas pelos dois. Eles nos deram a possibilidade de viver a vida que eles não puderam e eu não pretendo desperdiçar. Não somos mais só Ricardo Augusto e Izabella Carozzo, nós temos conosco Allison Spinelli e Lívia Borges. Espírito dos dois continua conosco.

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